Irmandade da Pessoa com Deficiencia
São Paulo, 16 de maio de 2015
Nós do movimento social Irmandade da Pessoa com Deficiência viemos por via desse documento narrar os fatos que ocorreram no dia 5 de abril de 2015 que ocorreram numa van do serviço ATENDE (Atendimento especial de vans da prefeitura da cidade de São Paulo), onde o condutor, o Sr Evaristo, não prestou o serviço devido ao treinamento que foi submetido. O relator desse relatório é o coordenador e fundador do movimento Amauri Nolasco Sanches Júnior, junto a coordenadora e fundadora do movimento Marley Cristina Félix Rodrigues que relatou em um outro relatório que serviu como base nesse relatório final.
O serviço ATENDE existe três modalidades de atendimento:
1º – O Regular: o serviço que conta com toda frota do ATENDE que é feita por fichas disponibilizadas nas subprefeituras da cidade de São Paulo, que segundo a Portaria 002/2015.SMT.GAB do dia 6 de janeiro de 2015 que estabelece um prazo de até 2 meses (dois meses), para serem atendidos as pessoas com deficiência com total mobilidade reduzida (essa portaria foi promulgada a revelia da coordenações de ONGs e movimentos sociais, com o intuito de tumultuar o serviço e assim, não atender em devida regularidade essas pessoas). Assim, essa modalidade presta serviço a educação, trabalho, tratamento de reabilitação e outras tarefas 5 dias da semana (segunda a sexta).
2º – Eventual: é um serviço que conta com algumas vans (do ATENDE) e que também conta com táxis acessíveis da cidade de São Paulo que são pagos pela prefeitura. Essa modalidade conduz as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, a consultas medicas uma vez por mês e é marcada com 20 dias de antecedência no serviço 0800155234 (esse serviço 0800 nem sempre está em funcionamento como é devido).
3º – Eventos: é um serviço que conta com 160 vans (que misteriosamente desaparecem nos dias de eventos como Teleton e F1), que são destinados aos movimentos sociais e ONGs devidamente cadastrados com o estatuto (do movimento) ou CNPJ no caso de ONGs. São feitas fichas pelo coordenador do movimento marcando o local, a hora da casa do coordenador de carro (pessoa que indica o caminho das pessoas que irão ao evento) ou todas as pessoas que deverão ser atendidas e levadas ao local do desembarque. Com o horário de chegada e horário de saída (do evento). É uma modalidade que é feita de final de semana e não se estende as demais pessoas com deficiência que não estão cadastradas nesses movimentos ou ONGs.
O movimento Irmandade da Pessoa com Deficiência através do coordenador Amauri Nolasco Sanches Júnior, mandou a ficha com o local e horário de desembarque e embarque no prazo de 10 dias (dez dias), no caso, no dia 25 de março de 2015. A gerente da modalidade Eventos (ver 3º item da modalidades do ATENDE), Fabiana Cristina Issaho, nos mandou um e-mail confirmando o horário do embarque do coordenador (a casa do mesmo) que indicaria os demais. No caso esse evento seria no dia 5 de abril de 2015 no Shopping Aricanduva Leste localizado na Avenida Aricanduva 5555, Vila Matilde zona leste da cidade de São Paulo. A saída da casa do coordenador de carro (no caso o coordenador Amauri Nolasco Sanches Júnior), era as 10:30 (dez horas e trinta minutos) da manhã e a van 24092 chegou no local as 10:10 (dez horas e dez minutos) e ficou na espera, enquanto o coordenado de carro saia de sua residencia. As 10:25 (dez horas e vinte e cinco minutos), o condutor da van conduziu o coordenador até o interior da van e prender a cadeira de rodas (Obs.: essa adaptação consiste em um trilho de ponta a ponta o chão da van que existe um suporte com um guincho na ponta do cinto, que segura a cadeira de rodas pelo cano suporte do pedal, do lado dianteiro, no lado traseiro, esse gancho fica no x abaixo. Essa adaptação além de danificar a cadeira de rodas do usuário pelas paradas bruscas ou solavancos por causa de buracos, só conta com um sinto transversal que prende o usuário, ou seja, em uma parada brusca o usuário pode se ferir e não há meios nenhum do usuário se segurar, já que o suporte fica abaixo da janela direita e muito distante para o usuário utilizá-lo e não está nas normas da ABNT).
No caminho para pegar a usuária e também coordenadora do movimento Marley Cristina Félix Rodrigues, o senhor Evaristo tinha muita dificuldade em trocar de marcha (emperrava e dava os solavancos) e o gancho dianteiro deixava a cadeira de rodas do coordenador de carro, suspender o lado dianteiro e assim, forçar o acento da cadeira de rodas. Também o condutor passou nas valetas muito depressa e que culminaram em “pulos” muito altos do coordenador de carro ao ponto do coordenador sair da cadeira de rodas (em cima) e cair na mesma varias vezes, assim, a cadeira de rodas tomando solavancos muito fortes. Ao chegar na casa da usuária, o condutor queria prendê-la de lado, sendo, o modo de prender o usuário seja no modo da direção do condutor, assim, de frente. A usuária Marley Cristina Felix Rodrigues e coordenadora, também sofre de dores nas costas porque sofre de escoliose e tem um desvio na coluna e se a usuária tiver impactos muito fortes, causam fortes dores. Em conversa com médicos – tanto que o a acompanham como os que o coordenador Amauri Nolasco Sanches Júnior perguntou – varias dessas dores que o a acompanham, são por causa das nossas adaptações das vans que forçam o usuário a terem que segurar em lugares distantes e que, podem causar até mesmo uma hernia de disco. Tivemos que pedir para o condutor a parar porque não amarrou a cadeira de rodas da usuária Marley Cristina Félix Rodrigues direito e a cadeira estava andando dentro da van. Chegando no local do evento, passou direto da porta do Shopping Aricanduva e o senhor condutor não pegou um comprovante, o mesmo acusou o coordenador de carro de não avisá-lo, mas ele (o condutor), sabe que todo estacionamento desse porte, tem que pegar o comprovante de estacionamento. Desceu a usuária Marley e a deixou na chuva, sem dar suporte com o guarda-chuva ou levar a mesma até a entrada do Shopping, assim, a mesma teve que pedir para um dos frequentadores levá-la. Ele faria o mesmo com o coordenador Amauri, mas o coordenador de carro exigiu que o condutor o levasse até a entrada do evento e viu que a usuária e coordenadora Marley estava molhada e com forte dores da coluna porque o condutor corria muito. (Obs2: está nos atos nos treinamento dos condutores do ATENDE, que os mesmos devem conduzir seus usuários em caso de chuva, com guarda-chuva o usuário até a porta do evento. Os mesmos devem zelar pela saúde e bem-estar dos usuários).
Na volta do evento o coordenador de carro disse que iria por outro caminho, porque o caminho que foram tinha muitos buracos e a usuária e coordenadora Marley, estava com fortes dores nas costas. Além de que, o coordenador de carro Amauri sentiu que a sua cadeira de rodas estava quebrada por causa dos solavancos que o condutor passava nos buracos. O condutor não queria obedecer e reclamou do caminho muito longe – ele falava muito, tanto na ida, quanto na volta – e depois se calou, mas começou a passar muito rápido nos buracos, ainda as marchas da van emperravam e os trancos eram piores. A usuária e coordenadora Marley já estava com fortes dores na coluna vertical e que se agravaram, além do nervoso psicológico que a mesma sofreu ao ser deixada na chuva. Quando chegou na casa da usuária Marley, além de dar risadas sarcásticas como se tivesse rindo da cara dos usuários – diversas vezes ele humilhou e riu do coordenador de carro Amauri – ainda segurou na mão dela sem ela permitir e desrespeitou a mesma (Marley) e sua irmã chamando-as de “coelhas”. As duas ficaram completamente, ofendidas por causa da maneira desrespeitosa que o condutor (sem ter abertura para esse tipo de coisa), se dirigiu a elas e da maneira assustada e nervosa que a usuária e coordenadora Marley chegou na sua residencia. Salientando que, por causa dessas atitudes e as doenças que foram causadas a ela por causa da conduta equivocada, se recusa a entrar em qualquer van do ATENDE porque sofreu danos psicológicos por causa de varias condutas dos condutores que não tem o treinamento devido.
No dia 6 de abril de 2015 foi encaminhado uma reclamação a gerente dos eventos Fabiana Cristina Issaho que encaminhou ao gerente geral o senhor Edvaldo Correia de Mello que iria tomar providencias a respeito, por causa, que a gerente de eventos não pode tomar esse tipo de coisa. A mãe e responsável pela usuária Marley, senhora Franscisca Ludovico Rodrigues, ligou para a gerencia do evento pedindo explicações sobre as brincadeiras indevidas e por causa da conduta irresponsável do condutor e as dores que a usuária Marley sentia e a gerente de eventos Fabiana Cristina Issaho disse que só aceitava reclamações da instituições – a maioria que usa de final de semanas são movimentos e ONGs, mas eles insistem em chamar de instituições – assim, não aceitou a reclamação e foi “estupida” com a mãe e responsável da usuária. O ATENDE não respondem nossas reclamações dês de quando foi trocada a gerencia e superintendência do mesmo, e nosso coordenador Amauri, mandou um e-mail solicitando providencias sobre o caso e alguma resposta satisfatória, afinal, o condutor, o senhor Evaristo, tinha causado danos a saúde da coordenadora Marley que ficou de cama dês de então com fortes dores no peito causadas pela chuva. Salientando que a coordenadora Marley foi conduzida por familiares em hospitais por causa de fortes dores no peito (suspeita de bronco pneumonia), dês de então, está acamada. Essa é a resposta da funcionaria Ângela Bianco nos enviou:
Bom dia!
Diante desta reclamação, solicitamos ao operador da van 24092 o Sr. Evaristo que nos encaminhasse um relatório informando o Que havia acontecido naquele dia. Segue abaixo o relato do motorista.
1 – O estacionamento para fazer o embarque/desembarque do usuário fica longe da portaria mais ou menos 10 metros.
2 – A Sra. Marley foi a primeira a ser desembarcada.
3 – Enquanto estava desembarcando o Sr. Amauri começou a garoar bem fino.
4 – Os dois usuários são cadeirantes e sem acompanhantes.
5 – Enquanto o motorista estava desembarcando o Sr. Amauri , a Sra. Marley solicitou ajuda de outra pessoa para levá-la até a portaria.
6 – Motorista informou que não mexeu com a usuária e nem com o usuário.
Quanto as informações referentes a van 24092, informamos que a mesma foi chamada para fazer vistoria e o único defeito apontado
Foi que o Pega Mão da Plataforma do Elevador estava solto. , Portanto a mesma já foi arrumada.
Era o que nos cabia relatar.
Continuamos a disposição para qualquer esclarecimento.
Angela Bianco
Serviço Atende
Segundo o relato da direção da gerencia do ATENDE, nós da Irmandade da Pessoa com Deficiência e nossos coordenadores, faltamos com a verdade e isso não corresponde aos fatos. Esclarecemos que:
1 – O estacionamento de embarque/desembarque – por causa das vagas para pessoas com deficiência – ser ou não longe, não isenta o condutor de deixar uma pessoa cadeirante (usuária de cadeira de rodas) se molhando na chuva e a distancia não continha 10 metros e sim, 5 ou 4 metros no máximo.
2 – Nós da Irmandade da Pessoa com Deficiência sabemos que a coordenadora Marley saiu primeiro e o coordenador Amauri saiu depois.
3 – Garoando ou caindo uma tempestade, não justifica o erro quase de um assassino deixar uma cadeirante naquela situação e poderia fazer isso depois de levá-la ao seu destino.
4 – Os usuários serem ou não cadeirantes, terem ou não acompanhante, não isenta o condutor do erro.
5 – A coordenadora Marley pediu para um rapaz conduzi-la (já relatado) porque exatamente, o condutor da van não teve a conduta certa (jus ao treinamento que dizem se submeter), de levar até a entrada do evento.
6 – Nosso movimento é integro e sabe o que diz, realmente não mexeu com o usuário e sim com a usuária e a irmã da usuária que foram chamadas de “coelhas” com testemunhas da própria família dela.
No caso da van ter o não defeito, a Irmandade da Pessoa com Deficiência informa que a marcha estava sim emperrando se não, mais uma preocupação com os outros usuários, porque o condutor deveria passar em um outro exame de direção. Os critérios que essa avaliação foi concluída não foram mostradas, então, não sabemos se realmente essas avaliações foram rigorosamente avaliadas ou essa resposta – que levamos como má-fé – só foi enviada porque deveria dar alguma explicação daquilo que é para dar explicação, afinal, o serviço ATENDE é publico e portanto, um serviço pago pelos cidadãos da cidade de São Paulo. Entendemos que a gerencia “acha” que está fazendo um favor “deixando” o usuário e cidadão da cidade de São Paulo, usar o serviço como fosse um “premio”, pois as famílias desses mesmos usuários pagam impostos caros, embutidos dentro do que compram, embutidos dentro de tudo que consomem e o imposto de renda anual que é feito no começo do ano. Para ser gastos em vans danificadas e motoristas mal treinados que não estão preparados para lhe dar com o usuário cadeirante ou de outra modalidade – sendo que começou o atendimento as pessoas com autismo – que não prezam ao bem-estar do usuário. Esclarecendo que, não sabemos os critérios, mas a zona leste da cidade ficaram as vans danificadas e os motoristas pouco qualificados, sendo que, em outras regiões da cidade as vans são quase novas e os motoristas são melhores treinados para o serviço. Ou, essas vans danificadas são mandadas para os eventos do nosso movimento por causa das inúmeras reclamações que não tiveram solução e por causa de um processo da Defensoria Publica do Estado de São Paulo, que nossos coordenadores entraram pelo serviço não cumprido de levarem eles para um curso que deveriam fazer e desistiram por causa do serviço mal prestado.
Segundo nos consta, a situação do condutor nesse caso é de abandono de incapaz sendo enquadrado dentro do Art – 133 que diz no paragrafo 1º que se o abandono resultar em lesão corporal ou doença grave a pena é de cinco anos de inclusão. Então, com o resultados dos exames que nossa coordenadora e fundadora Marley fez, após ficar abandonada na chuva e pelos solavancos que a van deu durante a ida do evento e na volta do evento, ficou com pneumonia grave com dores fortes na coluna. Queremos salientar e de novo frisar que as adaptações dessas vans estão equivocadas e não correspondem as regras da ABNT que manda ter box e ter cintos que seguram muito mais o usuários do que as cadeiras do usuários, sendo que, a gerencia geral e a superintendência desobedecem a lei e essas regras que deveriam ser cumpridas e não são, resultado a lesão corporal que nossa coordenadora tem e inúmeras pessoas com deficiência poderão ter. Somado com o dano moral que ela vem sofrendo ao longo da prestação do serviço ATENDE por condutas de desrespeito, má educação, e até mesmo de assedio moral e de ordem sexual que o gerente antigo tinha resolvido e esse gerente tirou por “achar” que era um “privilegio” e não, apenas um ressarcimento pela ação judicial que nós da Irmandade da Pessoa com Deficiência não movemos. Que essa adaptação nova, ainda, deflaga mais ainda o assedio de alguns desses condutores.
O caso foi mandado para a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida – que tem como secretários a Senhora Marianne Pinotti e o Senhor Antônio Carlos Munhoz – através do nosso coordenador Amauri, onde relatou toda o acontecido e a Secretaria Municipal encaminhou para a SPTrans (São Paulo Transporte) – que gerencia toda o transporte da cidade de São Paulo – e os mesmos não deram nenhuma resposta sobre o caso. A situação se agrava com a doença da usuária e coordenadora Marley e a falta de cadeira de rodas do coordenador Amauri, que já estava quebrada por causa de outra viagem (pela adaptação errada das vans), e nessa do dia 5 de abril foi danificada mais ainda por causa da conduta errônea do condutor Sr Evaristo, pode quebrar a qualquer momento e pode se ferir agravando ainda mais o caso. Ainda a Secretaria Municipal das Pessoas com Deficiência e mobilidade reduzida, que deveria defender os interesses e os cidadãos com deficiência, vem sistematicamente defendendo a gerencia do ATENDE como se eles estivessem sendo atacados.
O caso também foi relatado e mandado para a Prefeitura da Cidade de São Paulo e até o seguinte momento, não tivemos nenhuma resposta do caso, só da própria gerencia do ATENDE que diz que estamos faltando com a verdade. A Irmandade da Pessoa com Deficiência junto com seus coordenadores, é um movimento ético e voltado a defesa e participação ativa social das pessoas com deficiência, seja em qual área for, seja onde for, as pessoas com deficiência merecem ser respeitadas e tratadas como seres humanas. O que vimos é o descaso com as pessoas com deficiência em desprezo a sua dignidade dentro dos órgãos estatais, que não resolvem e ficam fazendo acordos bilaterais dentro do sistema que deveria dar o serviço do mesmo modo, que cobram os impostos do cidadãos do nosso país. Esperamos que esse caso se resolva, porque nossos coordenadores foram feridos em sua dignidade e respeito dentro de um transporte que deveria zelar pelo seu bem-estar e sua segurança.
Coordenação
Irmandade da Pessoa com Deficiência
17 de Maio de 2015
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